sábado, 9 de janeiro de 2010

VAMPIROS E A VINGANÇA DOS DEUSES - Novos Romances

CAPITULO I - A PRAGA

O pôr do sol se esvai no horizonte, entre os penhascos das montanhas. A noite cai e com ela um neblina densa invade a cidade. Pessoas passam correndo para suas casas, portas são trancadas, janelas fechadas rapidamente, pessoas com rostos apavorados se agarram dentro de suas casas.
Nesse instante, a lua cheia surge sobre o céu enevoado, dando um aspecto mais sombrio do que iluminado.
Um vulto caminha lentamente, a passos firmes pelas ruas, apenas se consegue ver sua silhueta elegante, trajando roupas finas, e uma capa. Ele emite sons estranhos baixos, suaves, que parecem ecoar como um mantra pelas ruas
Uma mulher verifica as portas e janelas, assustada, observa se os molhos de alhos estão colocados no lugar, prepara as cruzes, meio temerosa, observa ao longe a neblina, pela janela e se benze três vezes, ao vislumbrar rapidamente um vulto, ouve de repente os sons de um mantra.
Na sala de jantar, as pessoas conversam animadamente, enquanto uma bela e sensual jovem loira de olhos amendoados e lábios carnudos, com ombros a mostra os serve com graça e delicadeza, sorri das cantadas e se desvia para os lados, indo a todo instante em direção a cozinha e retornando com alguma comida ou bebida.

Ouvem-se os sons de um mantra ecoar na escuridão, todos fazem um silencio apavorado.
D. Frida surge apressada na sala e olha sua filha com olhos zangados:
- Vá para o seu quarto já! – diz imperiosa. – e tranque bem a porta.
A moça mostra-se zangada com a ordem, seus olhos marejam e ela sacode abruptamente o corpo, e se dirige para o quarto, magoada.
Ouve-se o berro da jovem:
- Eu não estou mais segura lá do que ai!
D. Frida franze a testa preocupada, e olha novamente pela janela da sala, e não avista nada. Leva a mão ao peito, e aperta a roupa contra os dedos. Ela retorna aos seus afazeres, mas ainda preocupada, nervosa. Aquela não parecia ser uma noite normal, nem mesmo para a pior das noites que havia naquela cidade. E haviam muitas noites tenebrosas como aquela, gritos pavorosos cortavam a madrugada em certas noites do ano. Mas aquela noite, era perturbadoramente pior que as outras. Um mal horrendo se aproximava de sua porta.
Sua pensão era muito conhecida naquela região e considerada uma das mais seguras nas noites de praga. Mesmo assim não se sentia segura, parecia que algo estava prestes a acontecer. Um mal terrível rondava suas fronteiras, naquela noite.
Tarde da noite, os últimos hóspedes vão para os seus quartos
Uma neblina se aproxima da porta da pensão, e entra lentamente pela fresta da porta. Uma sombra chega até a porta e olha para a coroa de alho sobre a porta e se retira lentamente.

Meia noite em Little Paddleton era mais escura que em qualquer outro lugar da Transilvania. Andar pelas ruas sozinho era muito perigoso, pois uma estranha praga assolava os habitantes do lugarejo.
O velho Harrison mancava o mais depressa que lhe era possível, para sair daquele beco sinistro. Ouvia passos, sons estranhos, horripilantes, que faziam seu coração disparar a cada mínimo suspiro.
Estava chegando ao final, uns dez metros o separavam da segurança, uma porta benzida com água benta e uma coroa de alho jazia pendurada logo a cima. Apressou mais o passo.
Uma sombra se instalou entre ele e a porta, e aos poucos uma figura funesta se materializou.

D. Frida observa o movimento na rua. Ela deita e tenta dormir, se vira muitas vezes na cama. Quando o sono finalmente chega, um grito de horror quebra o silencio da noite, das profundezas da escuridão anomal que pairava sobre o lugarejo e acorda todos de um sono agitado e sem repouso.
Na pensão dos Wellington, o eco dos gritos causou pânico nos moradores. Dona Frida correu para o quarto de sua primogênita, a bela Ifigênia, a jovem possuia um corpo escultural, busto acentuado, completava 17 anos na primavera daquele 1788. Era objeto de desejo de muitos marmanjos da região, embora sua mãe tentasse esconder a beleza crescente, o desabrochar da feminilidade da moça, tanto mais ela resplandecia em graça e formosura. Era perigoso ser tão bela naqueles dias.
O Gran Lord da Região era um homem cobiçoso, sedutor, poderoso. Mal tocava os olhos em uma jovem e ela desaparecia misteriosamente. Seus pais jamais tornavam a vê-la.
Aquela noite era uma noite de demônios. Frida temeu por sua filha, e colocou como precaução uma poção dobrada de alho e água benta no seu quarto e porta. Deu a Ifigênia um crucifixo para pendurar em seu lindo pescoço.
D. Frida se levanta assustada, e corre para o quarto de sua filha, a cama está vazia, o crucifixo que lhe presenteara estava caído no chão.
Então ela solta um berro desesperado:
- IFIGÊNIAAAAAAAAAAA!
Corre para o piso inferior e encontra a porta aberta.
D. Frida sai apressada da Pensão a tempo de ver ao longe vislumbrou um vulto branco, andando, sonâmbula, em direção ao destino.
- IFIGÊNIAAAAAAAAAAA! VOLTE MINHA FILHAAAAAAAAAA! – grita.
Correu desesperada a tempo de contemplar sua filha, nos braços do mais belo homem que já vira, então sua face se transfigurou na mais horrenda das criaturas, que lhe esboçou um sorriso cruel, e desapareceu na nevoa, levando seu bem mais precioso.
- NÂAAOOOOOOOOO! IFIGÊNIAAAAAAAAA! - grita de novo.
Ela cai ajoelhada no chão, chorando desesperada.

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