CAPITULO III - A CHAMA DA ESPERANÇA BRILHA. 
Rupert estava razoavelmente feliz ao lado de Morgana. Era uma mulher muito especial. Filha de um dignatário da ordem, de posto elevado, possuía dons especiais. Tinha apenas 17 anos e já era uma esposa refinada, elegante e inteligente. Muito bem vista na alta sociedade Londrina. Faziam dez anos que ele tinha voltado de Little Paddleton, mas ainda tinha sonhos atormentados dos fatos ocorridos em Brigston.
 
Os dignatários tinha iniciado imediato combate ao mal vampiresco, pois através de Rupert tinha se dado conta do profundo e perigoso poder de Vladimir, e de seu plano para vampirizar o mundo. As perdas eram grandes, mas algumas vitórias eram conquistadas. D. Frida ainda permanecia com ele todos estes anos, como fiel ama, e confidente. Tinham uma estória comum. Morgana logo caiu nas graças da velha senhora passando da amizade a cumplicidade em pouco tempo de casamento. Morgana confiava inteiramente nos cuidados da velha ama, que não decepcionava. Ambas cuidavam de Rupert com muito cuidado. O arranhão vampírico que fora queimado, as vezes queimava. Mas não dava grandes sinais de mudança. Era contido pela calor produzido pela cruz de São Jorge.
 
Alguns dias antes Rupert vislumbrou um homem semelhante a Vlad alguns metros de distancia que o examinava de longe, no teatro, quando foram assistir a abertura da temporada do ballet municipal, O lago dos cisnes. Quando tentou se aproximar para ver melhor ele desapareceu. Comentou isso com D. Frida. 
- Ele estava só? 
- Não! Haviam duas jovens damas com ele. Acredito que eram Evelin, minha irmã e sua filha, Ifigênia.
- Deus tenha piedade da alma delas... 
- Havia também um cavalheiro, que se parecia com meu pai... É possível que Vlad tenha vindo a Londres, desde a transilvânia, Frida? 
- Pelo que ouvi jovem senhor, os poderes das trevas tem crescido muito nesses últimos anos... Tomara que a jovem senhora fique a salvo de sua influência nefasta... 
- Ela tem portado a cruz de São Jorge que pertenceu a seu pai... Acho que será valente e resistirá aos encantos do vampiro.
- A jovem senhora foi santificar-se esta manhã... Tomara que esteja bem... 
- Em que Igreja Frida? 
- A basílica Senhor... 
- Eu vou buscá-la! 
Morgana não conseguia desviar o olhar daquele homem que se encontrava do outro lado da rua. Mal saira da igreja sentiu-se irremediavelmente atraída pelo homem que exalava todo aquele magnetismo. Era muito bonito. Alto, branco extremamente pálido, lindos e traiçoeiros olhos verdes, cabelos negros, perfeitamente cortados, costeletas, cavanhaque e um charmoso bigode, ombros largos, muito bem vestido, elegante. 
Ela tremia, suas pernas tremiam, mas sentia-se empurrada por uma força misteriosa em direção aquele elegante cavalheiro, estava um pouco tonta, e só percebia a sua volta o verde intenso dos olhos dele, que se aproximavam gradativamente. Não ouvia mais nada. O homem sorriu, e ela sentiu-se derreter, seu coração disparava, e suas mãos estavam geladas. 
Finalmente seu rosto estava próximo ao dele, que depositou um beijo gélido em seus lábios, sentiu-os queimar. Era a água benta que ainda estava em seus lábios, após se benzer ao sair da igreja. Ele afastou os lábios rapidamente. E foram restaurados quase que instantaneamente. Sorriu zombeiro, e seus dentes tornaram-se maiores e visíveis, especialmente os caninos, e se aproximaram de seu pescoço, sentiu outro queimar, desta vez em seu peito, a cruz de São Jorge, brilhava e ardia. O homem afastou-se repentinamente, o que deixou um arranhão profundo em seu pescoço. 
Então sentiu tudo rodar e desmaiou, quando tornou a si estava nos braços de seu Rupert, seu amado, seu marido. 
Ele a levou para casa e cuidou dela por dias, ela teve febre e delirou. A infecção se acentuou, seu pescoço queimava. D. Frida lhe trazia chá de alho, e tomava diariamente banho de sol. Seu Rupert velava dia e noite pela sua saúde, com a cruz de São Jorge no criado-mudo rezava constantemente. 
Por fim ela acordou uma bela manhã, dois meses após este incidente. Estava pálida, porém estava bem melhor. D Frida contou-lhe somo conseguira escapar por muito pouco das mãos de Drácula. Que a cruz que carregava protegeu-a da mordida fatal, mas que lhe deixara uma cicatriz. Agora ela e seu esposo compartilhavam a mesma cicatriz provocada por um arranhão de dentes vampíricos. 
Ela passara por maus bocados porque a sua cicatriz era provocada pelo próprio filho do demônio, Vladimir Von Drácula. Ele era um vampiro muito poderoso. Era o primeiro vampiro. Mas a cruz de São Jorge tinha ferido o demônio com igual gravidade, e Rupert chegara a tempo de empunhar a própria cruz contra ele, e o poder das duas cruzes o havia espantado. 
Mas para salvar-lhe a vida e a alma, tinham que submetê-la a um ritual secreto da Ordem dos dignatário, em que ela tivera que banhar-se com água benta, fora imersa em água abençoada pelo próprio papa. A cruz de São Jorge fora imersa junto ao seu corpo, e uma grande quantidade de luz solar foi desviada para a água, e tomou apenas chá de alho para conter a infecção. 
Seis meses após este incidente seu filho nasceu. Ricardo era um belo menino. Seus pais agora moravam na América. Tinha ido para lá com o intuito de se esconder da perseguição do príncipe das trevas. Mantiveram sua existência em segredo. Por mais de 30 anos. 
Ricardo cresceu, casou, estabeleceu-se como comerciante em Nova York, mas seus negócios o levaram de volta para Londres onde se estabeleceu e prosperou. Nasceram-lhe três filhos: dois Rapazes e uma moça. 
Porém no inverno de sua vida, nasceu-lhe mais uma filha, num momento especial do cosmos, no equinócio. Nasceu uma filha muito bela, e muito especial. Foi a última criança que seus pais viram nascer. Alguns meses depois vieram a falecer vitimas da peste que assolava a Europa: O cólera. 
Seus pais a chamaram Ariadne. Doce, meiga e muito ingênua, parecia um anjo com aqueles longos cabelos dourados, totalmente cacheados, e um par de lindos olhos azuis. Mãos finas e delicadas pareciam deslizar nas teclas enquanto tocava piano, seus lábios muito rubros pareciam pétalas de rosa, e seus corpo esguio e delicado, bem feito, parecia ter sido esculpido a mão por um grande artista. Seu sorriso parecia um raio de sol que iluminava seu rosto sempre que o exibia. 
Sua voz era melodiosa, e ao cantar enfeitiçava a todos. Era uma menina muito especial. Todos que a conhecia, ficavam encantados pela sua graça e beleza. Ariadne era impar. Muito diferente de sua irmã Amália, sempre tão intempestiva e sedutora. Amália era ruiva, e seus olhos tinha um azul mais intenso. Até Ariadne nascer era a caçula. Causou-lhe muitos ciúmes ver sua irmã como o centro das atrações, mas logo acostumou-se com aquela situação, e amou muito a sua irmã caçula. Sete anos separavam as duas irmãs. Isabela tinha 10 anos e Amália 17 anos, mas eram muito unidas. 
Amália estava noiva, e em breve deveria se casar. Mas uma fatalidade levou seu noivo deixando-a desconsolada por mais seis anos. Nesse tempo dedicou-se a cuidar de sua irmã mais nova, pois no ano seguinte sua mãe também foi levada, sendo mais uma vítima do cólera.
 
Estava próximo o ano novo, quando seu pai recebeu uma proposta irrecusável de negócios com um príncipe da Transilvania que conhecera num jantar com o Conde Debouis. Levara Amália consigo, era ela quem lhe fazia companhia, na ausência de sua mãe. Muitos rapazes se encantaram som sua deslumbrante beleza, mas era reservada e mantinha o luto em seu coração.Nessas ocasiões festivas ela usava a cruz de São Jorge que pertencera a sua mãe. 
A viagem seria longa. Então decidiu que levaria suas filhas desta vez, embora em outra ocasiões não as tivesse levado. Demoraria mais tempo do que o desejado, pois os negócios eram demorados, incluíam venda de terras que pertenceram a sua antiga ama, D. Frida. 
Na manhã seguinte partiu, levando suas filhas, e seu fiel escudeiro o jovem Nestor, advogado, contador e amigo que auxiliava em seus negócios.

 
 
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